Artigo: Conselho em Empresas Familiares - Parte do PFCC - Programa de Formação de Conselheiros Consultivos do Board Academy Br Facilitador: Udo Gierlich
Ao assistir a aula do Udo Kurt Gierlich me remeteu à um evento há mais de 10 anos atrás na Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo juntamente com as diretorias do Senai São Paulo , Sindirepa e Sindipeças | Abipeças além de empresas associadas, para tratarmos sobre a qualificação de novos especialistas no mercado de reparação automotiva. Falávamos sobre aumentar a disponibilidade e a capilaridade das qualificações, quando nos foi apresentado um relatório sobre as vagas de qualificação disponíveis pelo #Senai nacionalmente e que não eram preenchidas na sua totalidade, pois havia mais oferta do que procura. Neste momento um dos diretores do #Sindirepa nos deu um relato que mais tarde iríamos analisar mais a fundo:
"Meus filhos não querem trabalhar comigo na oficina, eles querem se formar em tecnologia e trabalhar com a internet, mas não querem herdar o negócio do pai."
Naquele momento, aquilo me chamou a atenção. Mas percebi, conversando com este diretor e mais outros donos de oficina pelo Brasil, que não era comum um plano de sucessão, de continuidade da empresa. Muitos trabalhavam horas excessivas e até finais de semana para atender aos seus clientes, mas não cuidavam de sí mesmos, da família e da empresa de forma planejada, pensando em uma aposentadoria, ou em uma sucessão.
Isso me reforça agora, o papel dos conselhos e conselheiros, não só para as grandes empresas, mas principalmente para as pequenas empresas.Dados de 2021, mostram que enquanto a indústria se viu com inúmeros desafios, o setor de autopeças e reparação avançou com bastante fôlego, crescendo em 25,2% o faturamento em 2021, atingindo os R$ 158,1 bilhões e mantendo perspectivas positivas para 2022. Também houve bastante investimento no setor: foram cerca de R$ 2,1 bilhões investidos, um aumento de 90,9% em relação ao ano anterior. Os postos de trabalho também cresceram, saltando de 232,9 mil em 2020 para 241,1 mil em 2021 (alta de 3,5%). A manutenção de veículos movimenta cerca de R$ 128 bilhões todos os anos. Só no Brasil, temos mais de 100 mil oficinas, em sua maioria de pequeno porte, gerando mais de 750 mil empregos diretos e indiretos. Ao passo que os dados do Simples Nacional (Sinac) mostram que o número de oficinas mecânicas mantidas por micro e pequenos empresários em todo o Brasil cresceu 11,5% em relação ao ano passado, mesmo com a crise econômica.
fonte: O mercado automotivo em 2021 e perspectivas para 2022 (intermecautomotive.com.br)
Neste contexto de pequenas empresas familiares, onde o investimento em um conselho pode representar um importante aporte do faturamento da mesma, vejo nas associações de classe, propiciar apoio e padronização para estas empresas, com programas e serviços de aconselhamento.
Uma profissionalização - se eu puder adotar aqui este termo - para que a empresa (oficina) estabeleça processos, e uma governança pensando na perenidade e permitindo processos mais adequados, serviços de mais qualidade, melhor qualidade de vida para os funcionários e proprietários, criando um ambiente onde os filhos (herdeiros) vislumbrassem sua carreira, investindo sua capacidade e criatividade para inovar o negócio da empresa, os serviços e a experiência do cliente. Trazendo uma visão de #startup para um empreendimento tão tradicional e importante da economia.Quando tratamos de carros elétricos, é importante entender que ocorrem mudanças na manutenção (...) equipe precisará de capacitação especializada. (...) Outro problema é que muitos veículos precisam de equipamentos especiais para os reparos. Por isso, será importante investir nessas ferramentas. Além disso, capacitar os funcionários para manuseá-los (...) Por fim, há a necessidade maior de uso de equipamentos de segurança, apesar de serem importantes antes. Porém, com carros elétricos, o risco de faíscas e incêndios é maior.
fonte: Tendência: qual o impacto de carros elétricos para oficinas? (onmotor.com.br)
Aí temos o papel crucial do conselheiro, que com sua visão externa avalia este contexto da empresa e aconselha nesta direção de inovação e investimento para preparar a empresa para os desafios do futuro, que já estão se tornando presentes.
Cenário Governança - Board Academy
Entretanto, é fundamental que o conselheiro busque o conhecimento contínuo, a especialização constante, e estar informado e aprofundado nos temas aos quais tem aconselhado as empresas para qual trabalha. Um conselho equivocado ou fora de contexto, ou até no tempo errado, pode colocar em risco o empreendimento de uma família.
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Referências:
• IBGC, Princípios da Governança, 2015
• Board Academy, apostila Programa de Formação de Conselheiros Consultivos
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